Carlos Braz é agitador cultural e historiador. Idealizador do Festival Freakshow e toca na banda Iguanas.

MINUTO DO ROCK

R.E.M.

 Por Carlos Braz

R.E.M. é uma banda norte-americana pioneira do rock alternativo. Formada em 1980, em Athens, Georgia, pelo vocalista Michael Stipe, baixista Mike Mills, guitarrista Peter Buck e pelo baterista Bill Berry. Desde o início, a banda se destacou na cena independente e nas college radios, rádios universitárias norte-americanas, graças ao seu estilo peculiar. Especialmente, pela guitarra de Peter Buck e os vocais de Michael Stipe. Ao longo dos anos 80, a banda foi crescendo com seus discos lançados por selos independentes, até que em meados daquela década, assinou com uma grande gravadora, tornando-se uma das pioneiras da cena do rock alternativo a atingir o mainstream.

Michael Stipe conheceu Peter Buck numa loja de discos. Stipe, estudante de Artes, era frequentador assíduo, e Buck era o vendedor. Através de uma amiga em comum, foram apresentados a Mike Mills e Bill Berry, que eram colegas na Universidade da Georgia e tocavam juntos desde o colégio. No início ensaiavam em uma igreja episcopal desativada em Athens. Logo começaram suas apresentações, o que chamou à atenção da cena local. Após considerar vários nomes, optaram por R.E.M., que significa Rapid Eye Moviment, Movimento Rápido dos Olhos.

Em 1981, a banda lançou seu primeiro single, Radio Free Europe, pela gravadora independente Hib-Tone. Em seguida, lançaram o EP Chronic Town, em 1982, já pela I.R.S. Records. Em 1983, o primeiro álbum completo, Murmur, que foi muito bem recebido pela crítica e pelas rádios estudantis, aumentando a boa reputação da banda. Em 1984, lançaram Reckoning, em 1985, Fables of Reconstrution, em 1986, o maravilhoso, Lifes Rich Pageant e em 1987, Document, álbum com a faixa The One I Love, canção que levou a banda ao mainstream.  Em 1988 a banda assinou com a Warner Bros. Records, pela qual lançou o álbum Green. A partir daquele momento a banda se tornou grande. A turnê do álbum foi tocando para arenas lotadas ao redor do mundo, resultando na gravação do vídeo Tourfilm, registrado durante a turnê norte-americana de 1989 e lançado em 1990.

No dia 11 de março de 1991, a banda lançou o álbum Out Of Time. O primeiro single do disco foi Losing My Religion, canção de sucesso imediato que colocou a banda e o rock no topo das paradas mundiais. Se em 1990 se discutia a “inevitável” morte do rock, o R.E.M. foi a banda pioneira a colocar o rock nos primeiros lugares naquela década. O álbum vendeu 18 milhões de cópias em todo mundo, o disco ficou no topo das listas de mais vendidos, tanto nos Estados Unidos quanto no Reino Unido, ficou 137 semanas nas paradas britânicas e 109 semanas na Billboard 200. Em 1992, o álbum ganhou 3 Grammy Awards: dois prêmios para o single de Losing My Religion e um como Melhor Álbum de Música Alternativa.

Em 1991, o sucesso de Out Of Time abriu as portas para o rock alternativo, inclusive, para o movimento grunge, que tomaria o mundo de assalto no fim daquele ano.

Em 1992, Automatic for the People foi lançado. Assim como o álbum anterior, o disco fugia da tradição rock da banda, se aventurando por estilos como Folk Rock, Country Rock e arranjos de cordas. Sucesso comercial e de crítica, o disco está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. Apesar do sucesso estrondoso dos dois álbuns, a banda se recusou a fazer turnê de divulgação dos álbuns, algo inimaginável para uma banda de sucesso. A recusa por shows chegou a gerar suspeitas por parte do público e imprensa, de que o vocalista Michael Stipe pudesse estar doente, devido à sua aparência, magra e pálida. No entanto, tudo era apenas uma questão de controle sobre o trabalho e de como lidar com o sucesso, algo próprio de bandas independentes e alternativas, uma postura que não era comum às bandas de sucesso até então.

Em 1994, a banda lançou o álbum Monster, voltando às suas origens college rock com músicas carregadas de guitarras distorcidas. Para divulgação do álbum, a banda voltou a fazer turnê após 6 anos sem tocar ao vivo. Os shows foram intensos e marcados por problemas de saúde com os integrantes da banda. Nada muito grave, exceto, a emergência sofrida pelo baterista Bill Berry, que desmaiou enquanto tocava bateria devido a um aneurisma cerebral, precisando ser operado às pressas.

Em 1996, a banda assinou uma renovação de contrato com a Warner Bros., estimado em 80 milhões de dólares, à época, o maior contrato da história.

Em 1997, o baterista Bill Berry deixa a banda. O R.E.M. seguiu como um trio, gravando e tocando com bateristas contratados. A banda gravou álbuns e fez turnês durante todo o restante da década de 90 e a década seguinte, incluindo, uma passagem marcante pelo festival Rock in Rio, no Brasil, em 2001, quando fechou a noite, tocando para 180 mil pessoas.

Em 2011, a banda surpreendeu o mundo, anunciando o fim oficial de suas atividades. Contudo, deixando um respeitável legado musical.

Discografia

 

 

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