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10 INVENÇÕES BRASILEIRAS RECONHECIDAS NO EXTERIOR

Para o resto do mundo, Santos Dumont não inventou o avião; mas estas invenções ninguém tira

Thiago Licolins

Em 12 de novembro de 1906, Santos Dumont fez o seu famoso primeiro voo de 220 metros de 14 Bis, pelo qual ganharia um prêmio do Aeroclube da França, o recordista mundial. Um prêmio que foi simbolicamente arrancado de suas mãos quando, menos de 2 anos depois, os Irmãos Wright finalmente apresentaram seu invento ao público na mesma França, mostrando que era impossível que os voos de 1905 e 1903 fossem simplesmente farsas, como se acreditava. Outro grande possível injustiçado é o padre Landell de Moura, que fez uma demonstração de voz por rádio quase um ano antes da primeira reconhecida – mas essa é outra história. Agora, vamos falar de 10 invenções de brasileiros que o mundo reconhece sem polêmicas.

  1. Balão de ar quente

Em agosto de 1709, o padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão convocou a Corte portuguesa para conhecer seu mais novo experimento. Um objeto capaz de deslizar pela atmosfera sem apoio nenhum. Foram três tentativas até o padre conseguir provar o sucesso da invenção: a “passarola” ergueu-se lentamente, caindo apenas quando esgotada sua chama.

  1. Escorredor de arroz

No ano de 1959, Therezinha Zorowich percebeu que o uso de bacias e peneiras para higienizar os grãos era ineficiente – quando o arroz era jogado na peneira, muitos dos grãos caíam na pia e entupiam o ralo – e decidiu acoplar os dois objetos. O utensílio foi patenteado pela Trol S/A, indústria de brinquedos, e a inventora recebeu os royalties por 15 anos. Ainda hoje está em toda cozinha.

  1. Soro polivalente

Vital Brasil, um médico de Minas Gerais, continuou o trabalho do francês Albert Calmette, que inventou o primeiro soro antiofídico, em 1894. Em 1901, o brasileiro conseguiu criar um soro capaz de tratar mais de um tipo de mordida – particularmente importante quando a cobra não pode ser identificada, o que é comum. Também criou soros contra escorpiões e aranhas.

  1. Biodiesel

Em 1893, a primeira demonstração do motor de Rudolph Diesel usou óleo de amendoim. Mas isso nunca se tornou uma indústria. Em 1977, um brasileiro, o engenheiro químico Expedito Parente, percebeu que a produção de álcool não diminuiria a dependência do país em relação ao petróleo. Assim criou um processo para produzir o combustível vegetal em larga escala. A patente venceu sem que ganhasse um centavo.

  1. Vale-tudo

No século 20, os irmãos Carlos e Hélio Gracie, de Belém, usaram as técnicas do jiu-jítsu para criar uma nova modalidade de luta. Misturando táticas de outras categorias, e com poucas regras, originou-se o vale-tudo. Como não segue um único estilo, um lutador de jiu-jítsu poderia enfrentar um lutador de muay thai. No exterior, foi rebatizado de MMA – mixed martial arts, “artes marciais mescladas”. Os brasileiros mantêm forte presença. Shutterstock

  1. Transmissão automática

O primeiro sistema, criado pelo canadense Alfred Horner Munro, em 1923, não funcionou na prática. O projeto era baseado em ar comprimido e nunca funcionou direito. A solução veio em 1932, com o projeto dos brasileiros José Araripe e Fernando Lemos que apresentava o câmbio hidramático. O projeto foi vendido para a General Motors e introduzido na marca Oldsmobile.

  1. Abreugrafia

A microfotofluorografia é um método expresso de identificar tuberculose, câncer e outros problemas pulmonares. Criada por Manuel Dias de Abreu, um pneumologista brasileiro, diante de uma epidemia de tuberculose que provocou inúmeras mortes. Com a invenção de Abreu, tornou-se possível evitar o contágio através de testes em massa. Além de barato, o método é eficaz, e foi levado para outros países, recebendo diversos nomes.

  1. Chuveiro elétrico

Visitantes ao Brasil ainda relatam seu pavor do chuveiro elétrico. Eles teriam razão se fosse como os primeiros aquecedores a resistência, que usavam de um interruptor. Em 1940, o engenheiro Francisco Canhos criou o primeiro chuveiro automático, que liga por uma membrana ativada pelo fluxo de água. Sem o contato do usuário com o circuito elétrico, o aparelho é seguro.

  1. Escova progressiva

Criado nos salões do Rio de Janeiro por uma cabeleireira (ou cabeleireiro) desconhecida,
o tratamento dura de três a seis meses e virou um sucesso mundial. O produto usado no alisamento, porém, sempre foi alvo de polêmicas. Em excesso, o formaldeído pode causar danos graves ao couro cabeludo e ao corpo em geral, como desmaios, irritação nos olhos e enjoos.

  1. Walkman

Lançada em 1979, a invenção da Sony permitiu que o mundo pudesse vivenciar novos meios de escutar música. Mas a ideia para um aparelho de som portátil foi patenteada antes pelo brasileiro Andreas Pavel. Em 1972, ele criou o stereobelt – um aparelho preso por um cinto. Os executivos rejeitaram a ideia, dizendo que as pessoas achariam estúpido andar por aí com fones de ouvido. Pavel recebeu os royalties em 2003, após uma luta exaustiva na Justiça.

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