40 anos sem Elis Regina: 6 momentos marcantes da carreira e de sua personalidade

Para lembrar as quatro décadas de morte da cantora, em 19 de janeiro de 1982, reunimos momentos inesquecíveis de sua carreira e da personalidade de Elis, ícone da música popular brasileira aqui e no mundo

  • REDAÇÃO MARIE CLAIRE
19 JAN 2022 – 06H00 ATUALIZADO EM 19 JAN 2022 – 06H00
Nos quarenta anos da morte de Elis Regina, trazemos seis fatos sobre a carreira e a personalidade da cantora (Foto: Divulgação/Site oficial)

Elis Regina morreu em 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos, em decorrência de uma parada cardíaca causada por intoxicação de álcool, drogas e tranquilizantes. Sua contribuição para a música nacional, no entanto, extrapolou seu pouco tempo de vida, marcando gerações de artistas inspirados por ela e disseminando a MPB ao redor do mundo.

Além de suas letras e melodias, Elis também é lembrada pela personalidade marcante e por sua atuação em defesa de artistas e minorias, que levou-a ser investigada pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) na década de 1970, período em que o país vivia uma ditadura militar.

Para relembrar a história de Elis, selecionamos momentos marcantes da carreira e da vida da artista que revelam suas visões de mundo, sua sensibilidade e suas conquistas artísticas. Essas e mais curiosidades também podem ser encontradas no site oficial da cantora.

Elis Regina em show de 1980 (Foto: Fernando Pimentel)
Elis Regina em show de 1980 (Foto: Fernando Pimentel)
  1. Direitos autorais

    Elis foi grande defensora dos direitos autorais no meio musical, buscando proteger instrumentistas. Ela criou a Associação de Músicos e Intérpretes (ASSIM) em 1978, cuja intenção era garantir direitos aos instrumentistas, intérpretes e compositores. “A ASSIM é uma entidade destinada a tomar conta, se preocupar com o direito autoral do músico. O intérprete, bem ou mal, já tem quem tome conta de seus interesses. O disco toca em rádio, restaurante, televisão, sei lá o que, e as taxas X são pagas e o percentual vem pra gente”, declarou em entrevista à Rádio Nacionalem julho de 1979, com áudio disponibilizado pela EBC.

  2. DOPS

    Na década de 1970, a artista foi diretamente pelo DOPS, órgão de repressão da ditadura militar, por sua ligação com o movimento negro norte-americano e por cantar músicas de compositores que eram tidos como “subversivos”. Após gravar a canção Black Is Beautiful,em 1971, ela chegou a ser intimada a depor no DOPS.

  3. Parcerias

    Segundo o portal EBC, compositores que tinham suas músicas gravadas por Elis ficavam intimidados de interpretar suas próprias composições após a cantora deixar seu registro. “Como é que eu vou cantar essa música agora?”, Gilberto Gilteria questionado após a cantora interpretar “Se eu quiser falar com Deus”durante um show.

Ela também formou parcerias que entraram para a história da MPB. “Atrás da Porta”, música gravada pela cantora em 1972, foi finalizada por Chico Buarque após Elis registrar apenas a primeira parte da letra, enviada como rascunho para seu produtor, Roberto Menescal, que compartilhou a gravação com Chico.

O disco Elis & Tom, colaboração entre Elis Regina e Tom Jobim realizado em 1974, também é um trabalho clássico da artista. Jobim teria reprovado a cantora dez anos antes, quando ela participoi das audições para o disco Pobre Menina Rica, presente da gravadora Philips, atual Universal, a Elis por seus dez anos de carreira.

https://youtu.be/QfMd4qhVkYo

 

  1. Reconhecimento internacional

    Já em 1969, Elis lançou o álbum Elis in Londonao lado do maestro inglês Peter Knighte de sua orquestra. A gravação, lançada no Brasil após sua morte, em 1982, impressionou Knight por Elis ter feito o disco ao vivo, sem repetir nenhuma das doze músicas, sendo aplaudida de pé pelos instrumentistas.

Dez anos depois, em 1979, ela ficou conhecida pelos críticos musicais europeus como “a nova Ella Fitzgerald” após participar do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça. Em seguida ao show, a cantora foi convidada a se apresentar com Hermeto Paschoal sem ensaio prévio. Descontente com sua performance, Elis não autorizou o lançamento do álbum, que também só chegou ao Brasil em 1982, após a morte da cantora.

Elis Regina e o maestro Peter Knight no show Elis in London (Foto: Acervo pessoal)
Elis Regina e o maestro Peter Knight no show Elis in London (Foto: Acervo pessoal)
  1. Família

    Antes de seu show na Suíça, Elis teria tido uma crise de choro por lembrar de suas origens e por estar se apresentando no mesmo palco onde tocaram músicos que ela considerava geniais. Filha de um funcionário público e de uma lavadeira, Elis chegou a tocar piano quando era jovem e a ser encaminhada para aulas em um conservatório, mas teve de desistir ao saber que o lugar exigia que os alunos tivessem seu próprio piano.

Apesar do reconhecimento internacional e de ter feito apresentações históricas fora do país, ela desistiu duas vezes de investir em uma carreira na Europa por sentir saudades do Brasil e de seus três filhos, Maria RitaJoão Marcelo Bôscoli e Pedro Mariano. Ela se dizia uma cantora “eminentemente brasileira”.

  1. Religião

    Elis se declarava espírita e estudiosa de Allan Kardec, tendo realizados shows beneficientes para instituições sociais e até chegou a psicografar cartas. Em 1980, recebeu o convite para gravar um especial em homenagem a Chico Xavier, em que cantou a música “No Céu da Vibração”.

A cantora, que não era adepta de interpretar músicas antigas em seus shows, teria excluído “Romaria” do repertório devido a um episódio em especial em que uma fã lhe pediu um autógrafo segurando uma imagem de Nossa Senhora, aos prantos, como se estivesse prestes a receber uma bênção.

Fonte:

matéria reproduzida da

Site oficial da cantora:  http://www.elisregina.com.br/

 

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário
Por favor digite seu nome