Di Cavalcanti
Por Dilva Frazão
Di Cavalcanti (1897-1976) foi um pintor brasileiro. Apesar da influência cubista e surrealista, foi um dos mais típicos pintores brasileiros pela representação dos temas populares, como o carnaval, as mulatas, o samba, as favelas e os operários.
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque, conhecido como Di Cavalcanti, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de setembro de 1897. Era filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Rosália de Sena.
Desde 1916, Di Cavalcanti já publicava charges políticas para a revista Fon-Fon. No mesmo ano, expôs no Salão dos Humoristas uma série de ilustrações sobre a Balada do Cárcere de Reading, de Oscar Wilde.
Em 1917 começou a pintar sob a influência do art nouveau. Neste mesmo ano, fez sua primeira individual para a revista “A Cigarra”.
Exposição na Semana de Arte Moderna
Em 1919, Di Cavalcanti ilustrou o livro “Carnaval” de Manuel Bandeira. Em 1921, casou-se com sua prima Maria. Nesse mesmo ano, mudou-se para São Paulo, onde participou com destaque da Semana de Arte Moderna de 1922. Elaborou a capa do catálogo e expôs 11 telas no hall do Teatro Municipal de São Paulo, entre elas:

Di Cavalcanti mudou-se para Paris, em 1923, como correspondente do jornal Correio da Manhã. Voltou ao Brasil, em 1925, com visíveis influencias cubistas de Picasso e Braque. Em 1926, ilustrou o livro Losango Cáqui, de Mário de Andrade. Nesse mesmo ano entrou para o Diário da Noite, como ilustrador e jornalista.
Em 1929 executou os primeiros painéis modernos do Brasil, para o Teatro João Caetano, no Rio, onde revela as marcas do cubismo atuado por curvas barrocas e motivos populares como o carnaval e o samba:
Em 1932, Di Cavalcanti fundou o Clube dos Artistas Modernos, junto com Flávio de Carvalho, Antônio Gomide e Carlos Prado. Em 1934, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Simpatizante das ideias comunistas foi perseguido pelo governo de Getúlio Vargas. Nesse mesmo ano mudou-se para a cidade do Recife.
Di Cavalcanti voltou para a Europa, onde permaneceu entre 1935 e 1940. Expôs seus trabalhos em galerias de Bruxelas, Amsterdã, Paris, Londres, onde conheceu artistas como Picasso, Satie, Léger e Matisse. São dessa época:


Di Cavalcanti ilustrou livros de Vinícius de Moraes e Jorge Amado. Em 1951, participou da Bienal de São Paulo e doou seus desenhos ao MAM- Museu de Arte Moderna.
Em 1953, recebeu o prêmio de melhor pintor nacional, na II Bienal de São Paulo. Em 1954, O MAM do Rio de Janeiro fez uma retrospectiva de sua obra. Em 1955, publicou o livro “Memórias de Minha Vida”.
Em 1956, recebeu o prêmio da mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste, na Itália. Em 1958, elaborou a tapeçaria para o Palácio da Alvorada e pintou a Via Sacra da catedral de Brasília. Entre outras obras destacam-se:



Di Cavalcanti faleceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de outubro de 1976.
Obras de Di Cavalcanti
- Pierrete, 1922
- Pierrot, 1924
- Samba, 1925
- Samba, 1928
- Mangue, 1929
- Cinco Moças de Guaratinguetá, 1930
- Mulheres Com Frutas, 1932
- Família na Praia, 1935
- Mulata Sentada, 1936
- Vênus, 1938
- Ciganos, 1940
- Mulheres Protestando, 1941
- Arlequins, 1943
- Gafieira, 1944
- Colonos, 1945
- Abigail, 1947
- Aldeia de Pescadores, 1950
- Nu e Figuras, 1950
- Retrato de Beryl, 1955
- Cenas da Bahia, 1960
- Tempos Modernos, 1961
- Tempestade, 1962
- Duas Mulatas, 1962
- Músicos, 1963
- Ivete, 1963
- Rio de Janeiro Noturno, 1963
- Mulatas e Pombos, 1966
- Baile Popular, 1972
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AS PRINCIPAIS OBRAS DE DI CAVALCANTI
publicado por Di Cavalcanti
Di Cavalcanti retratava o cotidiano em seus trabalhos, os quais o projetaram ao reconhecimento internacional. O pintor é considerado um dos nomes mais importantes e expressivos da arte brasileira, conheça aqui as suas principais obras.

Algumas das principais obras de Di Cavalcanti nos dão um panorama do que foi toda a sua criação ao longo de sua vasta produção. As mulheres antes de tudo foram o ser mais representado em suas pinturas e desenhos, a realidade social também sem nenhuma dúvida, o artista soube aliar suas novas técnicas de pintura aprendidas e influencias ao redor do mundo, sobretudo pela Europa, na composição de um estilo e traço único representando a realidade nacional.
Desde as cores que utilizava às formas, tudo é expressão da cultura brasileira que se aflora na sua época. Também presente as noites cariocas, o samba, que já compunha a cultura musical brasileira, e a sensualidade e beleza da mulher nas suas atividades mais cotidianas. Não podemos esquecer, ainda, o caráter político que tomou a sua obra, mais especificamente com a sua filiação ao Partido Comunista, e também por isso essa sua imensa preocupação em deixar registrado o Brasil real que existia, assim como foi a preocupação de todo o movimento modernista.







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Em 1977, o cineasta Glauber Rocha lançava o documentário Di-Glauber, polêmica e premiada homenagem ao amigo Di Cavalcanti, que teve sua exibição proibida pela Justiça a pedido da família do artista, que a considerou desrespeitosa. Antes disso, ganhou o Prêmio Especial do Juri do Festival de Cannes, então presidido pelo cineasta italiano Roberto Rosselini, que morreria dias depois. Apenas em 2004, familiares de Glauber (morto em 1981) disponibilizaram a obra na internet com o subtítulo:
“Ninguém assistiu ao formidável enterro de sua quimera, somente a ingratidão essa pantera, foi sua companhia inseparável”.