Carnavalesca
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De onde vem o Carnaval?

Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Nós do Carnavalesca, separamos uma cronologia completa pra você! Venha conhecer esse universo colorido com a gente!

Arte TIAGO BOTELHO

Do entrudo ao carnaval carioca:

1570 – Chegam ao Rio de Janeiro os primeiros trabalhadores escravizados vindos da África.

1600 – Pela primeira vez, brinca-se o carnaval sob a forma de Entrudo: os foliões, com baldes, barricas e latas, a atiravam água com limão uns nos outros. Alguns mais “eufóricos” lançavam pedras e dejetos.

1604 – Pela forma agressiva com que os foliões se divertiam, o governo pela primeira vez interveio e proibiu os Entrudos.

1608 – Após 1605, vários grupos insistiram em sair às ruas “brincando” em forma de Entrudo. Neste ano, o governo voltou a proibiu a manifestação.

1641 – Comemora-se no Rio a aclamação de D. João IV no trono de Portugal. Saem às ruas os préstitos, ao som de músicas e fantasiados com máscaras. Segundo os historiadores, esta foi considerada a primeira manifestação carnavalesca no Rio de Janeiro. Muitos estudiosos consideram o ano de 1641 marco zero do carnaval carioca.

1680 – Mais uma vez é proibido o Entrudo.

1689 – A polícia proíbe pela primeira vez, no Rio, as “máscaras e os encapuzados” nas ruas.

1691 – É reiterada a proibição do Entrudo, que continuava saindo às ruas no carnaval carioca.

1700 – Novo edital proíbe no Rio as “máscaras e encapuzados”.

1711 – Um grupo de mascarados entrou na Rua da Quitanda e assassinou Declerc, comandante da frustrada invasão francesa.

1734 – Mais uma vez as autoridades proíbem o Entrudo.

1748 – Passa a ser usual no Rio a Folia Negra da Coroação dos Reis do Congo, que é realizada na confraria do Rosário e de São Benedito. Daí nasceram os Congos e Cocumbis.

Carlos Julião. Coroação de um rei negro no festejo de Reis no Rio de Janeiro, c. 1776.

1763 – Festa em homenagem ao nascimento de D. José, primogênito de D. Maria I, com desfiles de carros alegóricos.

1786 – Três dias de festas no Rio com préstitos de “carros de ideias” para celebrar o casamento, em Lisboa, de D. João e D. Carlota Joaquina.

Império do Brazil: Dom João VI - Brazil 1808

O desfile com carros alegóricos, músicas e danças (préstitos) saiu com passeio público e terminou no Campo dos Ciganos (hoje Santana). Os carros alegóricos foram idealizados e executados pelo tenente agregado Antônio Francisco Soares.

Ficheiro:Antônio Francisco Soares - Carros alegóricos - 1786.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre

1790 – Pratica-se no Rio, no período da Quaresma, a chamada Serração Velha. O evento foi considerado por muitos o início do Carnaval, por ter música, canto e dança.

Quaresma: "a Serração da Velha" - História Hoje

1795 – Registra-se no Rio a antiga Folia do Rei Baltazar, espécie de festa de Reis, realizada por negros no campo de São Domingos (depois Praça Tirandentes), que veio a desaparecer dez anos depois.

1800 – As procissões religiosas se transformaram em grandes festas populares. As mais representativas percorriam as ruas com encenação e figuras consideradas carnavalescas.

1808 – Edital do vice-rei proíbe o Entrudo no Rio.

1810 – Novo edital proibindo o Entrudo; mesmo com a atuação da polícia, o evento continua a correr.

1816 – Ferdinand Denis cria uma ópera durante o Carnaval, com apoio no tema “Entrudo”. Chega ao Rio a missão francesa que traz Debret, Taunay, Grandjean de Montighy e outros, que divulgam a arte e cultura européias no Brasil.

1824 – Augusto Earle registra em desenho a realização do Entrudo em casas “suspeitas”, no centro do Rio.

Dança de negros na rua, c. 1822, Biblioteca Nacional da Austrália

1825 – Os mais famosos bailes eram realizados pelas famílias da marquesa de Belas, dos Carneiro Leão, dos Carvalho e Melo e do barão do Rio Seco.

1831 – Os jornais anunciavam mais uma vez o Entrudo como principal entretenimento popular.

Aquarela de Augustus Earle (1793-1838), Jogos Durante o Carnaval no Rio de Janeiro, retratando um entrudo familiar.*
OBRA DE ARTE : Augustus Earle – Cena de Carnaval – 1822

1834 – Os jornais destacam, em suas manchetes, a venda das primeiras máscaras carnavalescas na Rua do Ouvidor.

1836 – Antes da Quaresma, várias lojas anunciavam máscaras e fantasias para o próximo Carnaval.

1840 – No cordão de foliões, “Índios”, registra-se o canto e a dança do jongo. O chamado carnaval chique começa a substituir o Entrudo brutal, com o surgimento das fantasias e das máscaras.

  • Realiza-se no Rio, no Hotel Itália, o primeiro baile carnavalesco aberto ao público. As músicas tocadas são: valsas, habaneras, quadrilhas e o schottisch (futuro xote).

1845 – Chega ao Rio e é tocada nos salões uma nova música chamada polca. Organiza-se a Sociedade Polca Brasileira.

1845 - A polca, dança européia, fez sua introdução no Rio de Janeiro | Identidades do Rio
Em 1845, a polca, dança européia, fez sua introdução no Rio de Janeiro. Aliada ao lundu, ela formou as origens do choro, gênero essencialmente carioca em sua gênese, vinte e cinco anos mais tarde.

1846 – A atriz Clara Delmastro realiza no Teatro São Januário o que muitos historiadores consideram o primeiro baile fechado de Carnaval do Rio, com serviço de ceia, máscaras, música e muita fantasia.

  • Outra festa popular que tem lugar no Rio de então: a “Queimação do Judas”, que marcou o dia de Aleluia.
A Malhação de Judas no Sábado de Aleluia, retratado por Jean-Baptiste Debret em 1823

1848 – José Nogueira de Azevedo Paredes, sapateiro lusitano, sai à rua com um bombo (hoje chamado de surdo) e cria a figura do “Zé Pereira”. Essa data, para alguns historiadores afirmam que, por meio desta manifestação, surgem os blocos de rua, já que o povo acompanhava o “Zé Pereira” por onde ele passasse.

ALMANAQUE CULTURAL BRASILEIRO: O Zé Pereira

1850 – Morre no Rio, vítima da “molhança” do Entrudo, o arquiteto francês Grandjean de Montigny.

Grandjean Montigny - www.ihgi.org

1851 – A polícia proíbe a realização do Baile do Oriente, frequentado por rameiras, capoeiristas e jogadores a dinheiro. O baile agitava as noites da Rua do Teatro.

  • Entra em moda a dança do schottisch (futuro xote).

1853 – Edital do desembargador Siqueira proíbe o Entrudo. E, de fato, consegue-se pela primeira vez evitar sua realização.

1855 – É fundado o Congresso de Sumidades Carnavalescas, primeira das Grandes Sociedades no carnaval carioca.

  • Surgem os “fantasiados” de dominós, a grande sensação da época.

1856 – Surge a Sociedade União Veneziana, primeira concorrente da Sumidadades.

1862 – Henrique Fleuiss estampa na Revista Ilustrada a figura carnavalesca do Rei Momo. A cidade ganha o seu serviço de esgotos e fossas e as valas do Campo de Santana são aterradas.

1870 – Surge o maxixe, a dança urbana brasileira. E surge como primeira tentativa de criação da canção carnavalesca, a música E viva o Zé Pereira.

1872 – Noticia-se a existência de um rancho carnavalesco, o Dois de Ouro.

1877 – Surgem os Pufes.

Uma tremenda(bagunça. Das sacadas das residências jogavam seringas com água ou mesmo bacias com grande proporção de água.

1879 – Promoção do “Baile Imperial do Teatro Pedro II”.

1880 – Desfile da Sociedade Carnavalesca dos Cocumbis, primeiro cordão organizado da cidade.

As bisnagas plástica eram enchidas com água ou perfume.

1883 – Cai do carro alegórico dos Fenianos, e morre, a foliona Ivete. Ela participava do carro principal (carro-chefe) como destaque.

Angelo Agostini retrata o Carnaval 1884 na Rua do Ouvidor, Rio de Janeiro

1886 – Segundo Eneida, os jornais registram pela primeira vez a palavra “cordão” para definir grupos de foliões mascarados e aguerridos.

1887 – Início das decorações de Carnaval nas ruas do centro do Rio. O carnaval organizados chega aos subúrbios.

1888 – Os Democráticos passam a denominar-se Clube dos Democráticos e as Grandes Sociedades participam ativamente do movimento pró-abolição da escravatura.

  • Surge a figura do Zé Côdea, ancestral do sujo de hoje.

1889 – Chiquinha Gonzaga compõe para o famoso cordão “Rosa de Ouro” a marcha Abre Alas – protótipo da canção carnavalesca.

  • Surge um novo modismo no Rio: o aluguel de janelas dos casarões do centro da cidade, para que as famílias pudessem assistir à passagem dos préstitos e passeatas.

1892 – Grande voga dos pufes (Surgidos em 1877, consistia em ritmos cadenciados cujas letras provinham de obras literárias de escritores, jornalistas e poetas, por meio dos quais Grandes Sociedades exaltavam seus próprios méritos e criticavam seus adversários. Possivelmente precursores dos sambas-enredo.)

  • O aparecimento do confete e da serpentina é a grande novidades nas passeatas, préstitos e cordões.
  • Na cidade, pela primeira vez, promovem-se dois carnavais. Um no verão (fevereiro), outro no inverno (junho). Causa: a febre amarela que transferiu oficialmente o Carnaval de fevereiro para junho.

1895 – Criação do Dia dos Blocos.

1897 – Começa a se usar o confete dourado.

Confettis de mesa dourados: Decoração / Animação,mascarilhas e fatos de carnaval - Vegaoo

1900 – Aparecimento do Afoxé.

  • Surge a figura histórica do malandro, caracterizada principalmente na Praça Onze e Estácio. Dos grupos de boêmios e valentões, surgem especificamente os malandros do Carnaval.

1902 – Este ano foi considerado o dos Cordões. A polícia licenciou nesta temporada 200 cordões carnavalescos.

1903 – As Sociedades começam a apresentar em seus préstitos imensos carros alegóricos.

Augusto Malta. Batalha das Flores, 1902. Rio de Janeiro, RJ / Acervo FBN

Carro Alegórico do clube Tenentes do Diabo: ' Dragão Alado', carnaval de 1915, em Minas Gerais

1904 – Surge a designação “sujo” para os mascarados maltrapilhos.

1906 – Inicia-se a venda do lança-perfume.

  • Os desfiles deixam de se realizar na Rua do Ouvidor e se tornam mais constantes na recém-inaugurada Avenida Central.
Carnaval na avenida Central, atual avenida Rio Branco, c. 1906. Rio de Janeiro, RJ / Acervo IMS
  • Primeiro concurso de cordões carnavalescos, promovido pelo jornal Gazeta de Notícias.
  • Iniciam-se os bailes infantis.
  • Realizada a primeira Batalha de Confete, promoção da Gazeta de Notícias, no trecho compreendido entre o antigo pavilhão mourisco e a estátua do almirante Tamandaré.
  • Primeiros desfiles de cordões carnavalescos na Avenida Central.
  • É fundado o Rancho Carnavalescos Ameno Resedá, o mais famoso de todos os tempos.

Ameno Resedá - CemporcentoSamba

 

  • Luiz Edmundo assinala com alegria a morte do “Zé Pereira”, que agonizava desde 1904. Muitos combatiam as apresentações barulhentas do lusitano, ao som do seu bombo ou zabumba, e a castiga características, apoiada na melodia de Le Pompiers de Nanterre.
Batalha de Confete, Avenida Beira-Mar, Rio de Janeiro, sem indicação de autor, Revista Kósmos, fevereiro de 1907.
Batalha de Confete, Avenida Beira-Mar, Rio de Janeiro, Baía de Guanabara, ao fundo o Morro da Urca e o Pão de Açúcar. Foto sem indicação de autor, Revista Kósmos, fevereiro de 1907.
Carruagens perfiladas na Batalha de Confete do Carnaval de 1907, organizada pelo jornal Gazeta de Notícias, na Avenida Beira-Mar, Rio de Janeiro. Foto sem indicação de autor, Revista Kósmos, fevereiro de 1907.

1908 – O surgimento do clube “High-Life”, no palacete de “Pascoal Segreto”, transformou a vida noturna da cidade, com a realização de grandes bailes carnavalescos e configurando-se o ponto de encontro da boêmia (Rua Santo Amaro, no Largo da Glória). O clube existiu até 1956.

1909 – O “High-Life” promove o primeiro concurso de fantasias.

1910 – O palhaço negro Benjamim Oliveira personifica, pela pirmeira vez, no Circo Spineli, em peça, o “Rei Momo”.

1911 – Os grandes clubes carnavalescos resolveram desfilar nas terças-feiras “gordas”.

  • Incorporam-se às festas pré-carnavalescas as Batalhas de Confete.
  • Começa a decadência dos cordões.
  • A grande força do Carnaval são os ranchos carnavalescos.
Desfile de rancho carnavalesco
desfile de rancho carnavalesco.

Ranchos Carnavalescos

  • A Avenida Central é iluminada com 50 mil lâmpadas, para a realização dos desfiles.

1912 – A morte do barão do Rio Branco, poucos dias antes do Carnaval, fez com que o governo o transferisse para abril, começando no Sábado de Aleluia e terminando na terça. Apesar da decisão governamental, os foliões comemoram o Carnaval na data habitual e, em abril, condicionando a existência de dois carnavais.

Charge de "O Malho" critica os foliões que desobedeceram o luto pelo Barão do Rio Branco em 1912 -
“Carnaval sacrílego” – charge do periódico “O Malho” de 19 de fevereiro de 1912 critica os foliões que desrespeitaram o luto pelo Barão do Rio Branco: “Como o audaz e sacrílego deus Momo chorou sobre … Leia mais em: https://vejario.abril.com.br/coluna/daniel-sampaio/1912-dois-carnavais/

1913 – Surgem fantasias mais simples como as de “marinheiro”, em substituição às tradicionais de “velho”, “morcego”, “caveira” e “diabinho”. Os ranchos carnavalescos passam a se apresentar no Passeio Público, em concurso, disputando um troféu de bronze oferecido pela Cervejaria Hanseática. Os ranchos mudam sua forma de apresentação, que era simples e se realizava no Largo de São Domingo, na “Lapinha” de Tia Balbina: transformam-se em belos espetáculos, verdadeiras óperas ambulantes.

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Augusto Malta. Grupo de homens fantasiados para o carnaval, As Marrequinhas, 1913. Rio de Janeiro, RJ / Acervo IMS

1914 – Evolução dos pufes.

  • O corso tem o seu ponto alto na avenida Rio Branco.
Foto mais antiga do carnaval no Museu Abílio Barreto mostra Francisco de Souza dirigindo um corso em 1914 (foto: Museu Abílio Barreto)
Um corso em 1914

  • O grande escândalo da época, noticiado pelos jornais, foi a execução do Corta-Jaca da maestrina Chiquinha Gonzaga, em uma recepção palaciana. A maestrina tinha, então, a admiração de dona Nair de Teffé, primeira-dama da Nação.

  • Os “Fenianos” no dia 12 de abril (Domingo de Páscoa) promoveram no Rio um micarême.

1917 – Lançamento do samba Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida.

1918 – Fundação do Cordão da Bola Preta. (Dia 31 de dezembro).

Álvaro Gomes de Oliveira (Caveirinha – no centro, em pé)

1919 – Os jornais noticiam pela primeira vez o “Bloco do Eu Sozinho”, criado por Júlio Silva, que desfilava pelas ruas da cidade fantasiado de Clown – popularizado como “Clóvis”.

SAUDADES DO RIO: BLOCO DO EU SOZINHO

O carnavalesco, que desfila com a cara pintada, carregava uma tabuleta com “tiradas” humorísticas e maliciosas. Júlio Silva deixou de desfilarf em 1972 e falceciu em 9 de julho de 1979.

1920 – Surge a marchinha carnavalesca. Um fusão de polca com o one-step e o ragtime americano. Trata-se de Pé de Anjo, de Sinhô.

1925 – Realiza-se a primeira Batalha de Confete na Avenida Atrlântica.

1926 – Primeiro banho de mar a fantasia.

Banho de mar à fantasia em Copacabana, 1930 | Rio de janeiro, Arte, Rio

1927 – Os cronistas carnavalescos realizam uma Batalha de Confete na Quinta da Boa Vista.

  • Aparecimento do lança-perfume rodo metálico.

  • – Estréia no Carnaval carioca o compositor Lamartine Babo, que na década de 30 revolucionária a música carnavalesca com a marcha Os Calças Largas, em parceria com Gonçalves Oliveira, e na interpretação de Frederico Rocha.

1928 – Fundação da Deixa Falar historicamente considerada a primeira escola de samba.

Deixa falar… quem quiser? – Portela Cultural

  • Fundação da “Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira”.

1929 – Com o surgimento dos bondes, o Carnaval ganha um novo atrativo. Por ser um veículo aberto e de integração entre os bairros, se transformou em um dos meios de o povo brincar o Carnaval.

  • Realiza-se o primeiro concurso entre escolas de samba.

1930 – Firma-se a expressão batucada.

Bloco "Dragões e Opalas", década de 1930. (Foto: Reprodução)
Bloco “Dragões e Opalas”, década de 1930. (Foto: Reprodução)

1932 – Realiza-se o I Baile Carnavalesco do Teatro Municipal.

  • O Carnaval carioca é oficializado.
  • Nascem as principais gafieiras na Praça Onze.
  • Lamartine Babo lança a marchinha O Teu Cabelo Não Nega, que é considerada o maior sucesso do Carnaval.

  • A escola de samba “Deixa Falar” se transforma em rancho carnavalesco.

1933 – O desfile das escolas de samba passou a fazer parte do programa oficial do Carnaval, elaborado pela Prefeitura do Distrito Federal e pelo Touring Club. O concurso foi patrocinado pelo jornal O Globo e, na época, estabeleceu-se o primeiro regulamento dos desfiles com a proibição dos instrumentos de sopro e obrigatoriamente da ala das baianas.

Em 1933, O GLOBO organiza desfile das escolas de samba, com 40 mil pessoas | Acervo

1934 – Em promoção do jornal A Noite, surge o primeiro Rei Momo, chamado na época de “carne e osso”, já que anteriormente o soberano do Carnaval era representado por um boneco de papelão.

Reynaldo Carvalho, o Bola, foi talvez o mais popular Momo carioca. Reinou de 1987 a 1995, ano em faleceu (foto dos anos de 1980). Fonte da foto: http://megaarquivo.com/tag/rei-momo/
  • Fundada a União das Escolas de Samba.
  • A “Mangueira” criou o grupo mirim de bateria, com mestre-sala e porta-bandeira, cujas fantasias eram confeccionadas em papel crepom.

1935 – As escolas de samba foram oficialmente reconhecidas, tendo que legalizar sua situação na Delegacia de Costumes e Diversões, onde recebiam o alvará de funcionamento e eram registradas como “Grêmios Recreativos”, passando a receber subvenção da Prefeitura.

  • Copacabana realiza seu primeiro banho de mar a fantasia, no Posto 4, uma promoção do jornal A noite.
Banho de mar a fantasia em Copacabana, em 1934
Banho de mar a fantasia em Copacabana, em 1934 | Foto de arquivo/Agência O GLOBO

 

1936 – Destacam-se como impulsionadoras do Carnaval as canções carnavalescas. As principais foram Palpite Infeliz, de Noel Rosa,

Pierrot Apaixonado, de Noel e Heitor dos Prazeres.

  • Instituído o primeiro concurso oficial oficial de fantasia do Teatro Municipal.

1937 – Mais de 300 canções carnavalescas são lançadas. O grande sucesso foi Mamãe eu Quero, de Jararaca e Vicente Paiva.

  • Pela primeira vez são instalados alto-falantes nos postes da Avenida Central e tablados nas Praças Floriano e Paris.

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1939 – A Prefeitura do Rio assume a responsabilidade da organização e patrocínio dos desfiles carnavalescos.

1942 – Decreto do prefeito Henrique Dodsworth determina a construção da Avenida Presidente Vargas e os jornais anunciam a realização do último Carnaval carioca da Praça Onze. Artistas e carnavalescos protestaram e Herivelto Marins e Grande Otelo fazem a música A Praça Onze.

Bloco de estudantes do Clube gaúcho, em 1942 (Foto: Reprodução)

  • Os eventos carnavalescos são realizados na Rua do Ouvidor e Avenida Central.
  • Orson Welles chega ao Brasil para filmar o Carnaval.

1943 – Deste ano a 1945, foram realizados os desfiles chamados Carnavais de Guerra. Os eventos contaram com o patrocínio da Liga de Defesa Nacional e a União Geral das Escolas de Samba.

  • Com a abertura da Avenida Presidente Vargas, desaparece o Largo S. Domingos, cenário das primeiras apresentações carnavalescas.
Arte: Tiago Botelho

1947 – É fundada a Federação das Escolas de Samba, por representantes dissidentes das agremiações.

Fantasia satírica durante a folia de rua em 1949
Fantasia satírica durante a folia de rua em 1949 | Foto de arquivo/Agência O GLOBO

1951 – A “Império Serrano” participa do filme de Moacyr Fenelon, intitulado Tudo Azul.

  • Extingue-se a União Cívica das Escolas e cria-se a Confederação das Escolas de Samba.
Banho de mar a fantasia na Praia de Ramos, em 1950
Banho de mar a fantasia na Praia de Ramos, em 1950 | Foto de arquivo/Agência O GLOBO

1952 – Com a extinção no ano anterior da União Cívica, efetiva-se a fusão entre a Federação e a União Geral das Escolas de Samba, surgindo então, a Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

Carnaval de rua nos anos 50 (Foto: Marcel Gautherot)
Carnaval de rua nos anos 50 (Foto: Marcel Gautherot)

Bloco de rua "Se Você Viu, Cale a Boca", em 1954.

1956 – O clube High-Life um dos principais resíduos da boêmia, encerra suas atividades.

  • Emilinha Borba grava o samba-de-enredo do Salgueiro Brasil – Fonte das Artes, de Djalma Sabiá, Eden Silva (Caxanê) e Nilo Moreira. Este foi o primeiro samba-de-enredo a ser gravado.

1957 – É introduzido o “passo-marcado” nas Escolas de Samba, pela “ala dos impossíveis”, da Portela, que consistia em uma coreografia na qual eram utilizadas alegorias de mão: “espadas”. O objetivo era chamar a atenção, a fim de se esconder o efeito pobre das perucas de sisal.

Foliões fantasiados na Avenida Rio Branco, no Centro, em março de 1957
Foliões fantasiados na Avenida Rio Branco, no Centro, em março de 1957 | Foto de arquivo/Agência O GLOBO

1958 – A canção carnavalesca, em decadência, dá sinal de recuperação com a execução de várias músicas em programações radiofônicas. Destacam-se Fanzoca do Rádio, de Miguel Gustavo, Os Rouxinóis, de Lamartine Babo, e o samba Madureira Chorou, de Carvalinho e Júlio Monteiro.

  • Com a demolição do prédio onde hoje existe o edifício Avenida Central (Rio Branco, 156), desaparece a Galeria Cruzeiro, ponto de encontro de artistas, boêmios e intelectuais.

1959 – Pela primeira vez um escola de samba – Acadêmicos do Salgueiro – desfila sem corda (isolamento do público), norma até então exigida no regulamento de desfiles.

1960 – Fernando Pamplona e sua equipe, formada por Dirceu e Marie Louise Nery, Arlindo Rodrigues e Nilton Sá, iniciam no Salgueiro um trabalho que iria revolucionar a estética dos carnavais das escolas de samba, com o enredo Quilombo dos Palmares. Pela primeira vez, o regulamento dos desfiles previa a perda de pontos por atraso no início dos desfiles. Eram os chamados pontos negativos que estavam sendo introduzidos para evitar os grandes atrasos provocados pelas escolas. Na classificação normal, o Salgueiro obteve 95 pontos positivos, a Mangueira 98 e a Portela 100. O Salgueiro não tinha pontos negativos, mas a Mangueira e a Portela deveriam perder, cada uma, 15 pontos negativos. Não foi possível dar o resultado final (o Salgueiro seria campeão), pois a apuração terminou em pancadaria. Dias depois chegou-se a um acordo, proclamando-se as cinco grandes escolas em primeiro lugar. Deixa existir no regulamento dos desfiles o quesito riqueza, escultura e iluminação.

 

1962 – Pela primeira vez o Departamento de Turismo constrói arquibancadas no local dos desfiles, e assume a venda de ingressos.

RIO ANTIGO 🚋 on Twitter: "Montagem das arquibancadas para o desfile das escolas de samba na Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio. Carnaval de 1974. 📷 Luís Paulo 📁 O

1965 – É fundada a Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro.

  • Desaparecem os bondes da cidade.
  • Todas as escolas de samba fizeram enredos alusivos ao IV Centenário da Cidade.
  • Foram as seguintes as inovações introduzidas pela Secretaria de Turismo:
  • Construção de degraus nos locais onde ficava o público que não comprava ingresso;
  • Palanques no fim de avenida para os integrantes das escolas de samba;
  • Passarela sobre a área do desfile para a instalação de câmeras de televisão e microfones das rádios; e
  • Palanque especial para os fotógrafos.
  • Foi criado também o desfile das Escolas Campeãs no sábado seguinte ao Carnaval.

1970 – Com a unificação das entidades do samba, a única representante das escolas de samba no Rio passa a ser a Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro. Essa iniciativa se deveu a Amauri Jório, seu presidente, que promoveu uma série de inovações na entidade.

1973 – Realiza-se o último desfile das escolas de samba na Avenida Presidente Vargas, devido ao início das obras do Metrô.

1984 – No dia 2 de março (sexta-feira), inaugura-se a Avenida dos Desfiles, popularmente chamada de Sambódromo, hoje, por lei, denominada Passarela do Samba. Com a construção da tão sonhada Passarela e a criação da Liga Independente das Escolas de Samba, as agremiações do 1º Grupo de subdividem, passando a desfilar no domingo e segunda-feira, com determinado número de escolas em cada dia.

O Palco do Samba, a história dos espaços dos desfiles de carnaval no Rio - CARNA BH

  • As escolas vencedoras do 1º Grupo (com a adoção dos desfiles em dois dias), passaram a disputar o título do Supercampeonato no sábado seguinte ao Carnaval.
  • Cria-se a Coordenação de Jurados sob a direção do pesquisador Hiran Araújo, e realiza-se o primeiro Curso de Formação (preparação).
  • As notas dos quesitos de julgamento passaram a valer de 5 a 10 pontos.
  • No regulamento das escolas, deixa de constar a exigência de a comissão de frente desfilar atrás do abre alas.
  • Criação do Império do Futuro, primeira escola de samba mirim do Carnaval carioca.

Fonte: 

CARNAXE.COM.BR 

Livro – Sob Signo do Carnaval, autora: Marlene Soares

 

 

2 Comentários

  1. Boa noite
    Você consultou o site CARNAXE.COM.BR e tem fotos do ENTRUDO que retirou de meu site – que tenho feito mediante uma pesquisa extensa.
    Por gentileza, favor incluir o site CARNAXE.COM.BR como FONTE.

    Fico no aguardo!
    LILIAN CRISTINA MARCON

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