“Piper” é a curta-metragem da Pixar que conta a história da cria de uma ave maçarico que, com fome, teve que aprender a se desenrascar sozinha e saiu pela primeira vez do ninho para ir à procura de comida pela costa. O único problema é que a comida está enterrada debaixo da areia onde as fortes ondas dão à costa. Mas com a ajuda de um novo amigo, esta pequena cria volta a mergulhar, na esperança de superar os seus medos e encher a barriga…
São 6 minutos. Seis minutos de uma vida. Seis minutos que vale a pena investir para desfrutar do curta mais meigo da Pixar-Disney. Porque sim, Piper é um dos curtas mais cativantes da fábrica de conteúdo audiovisual Pixar.
Estas imagens nos contam uma história que poderia ser a história de vida de qualquer um de nós, em qualquer momento da nossa existência. Superar os nossos medos e a nossa comodidade nos oferece, sempre, uma maravilhosa perspectiva da vida.
Conversa com o diretor do curta, Alan Barillaro, que já havia trabalho em grandes sucessos como Monstros S.A. e Os Incríveis, mas fez seu début na direção com Piper:
CRESCER: Qual foi o seu ponto de partida para o filme? Alan Barillaro: Queria que as pessoas sentissem que é a história que é uma passarinha bebê… e a maneira como esses pássaros fazem seus ninhos é incrível. Eu sempre gosto de fazer minha pesquisa baseado nas espécies, isso traz uma verdade ao trabalho. Estava interessado em estudar os pássaros, identificar seus gestos.
C: E seu filhos (Alan é pai de três crianças: uma menina de 8 anos e um par de gêmeos) inspiraram você de alguma forma para esse trabalho? AB: Meus filhos me inspiram constantemente. Eles sempre me fazem pensar nas coisas, refletir sobre as situações de uma forma diferente. A gente se esquece dessa empolgação pela vida, de ser otimista, conforme vamos crescendo. O filme fala sobre superar seus medos, ensinar seus filhos a superar seus medos e manter o entusiasmo pela vida. Todas essas coisas são muito honestas. E acho que todos os artistas tentam trazer essa honestidade ao trabalho inspirados em experiências pessoais. Tem que ser o mais pessoal possível para ser honesto.
C: Mas a Piper foi inspirada em algum dos seus filhos? AB: Tem sempre algumas coisinhas dos personagens que você enxerga nos seus filhos e em você. Piper tem a mesma teimosia que eu. Ao mesmo tempo, essa teimosia é o que eu vivo com meus filhos no dia a dia, pedindo “desçam para jantar”, “coloquem o pijama”. Brincar com esse tipo de dinâmica sendo pai é muito divertido. E meus filhos herdaram um pouco da minha teimosia…Além disso, como criança eu sempre pensava: o mundo é tão grande… então, como diretor, quis trazer esse ponto de vista da criança da forma mais honesta possível.
C: E qual é o sentimento que você espera que o filme desperte nas pessoas? AB: Você sempre espera que o público acredite nesse mundo que você criou, nos personagens.honestamente, espero que as pessoas olhem para os pássaros na beira da praia e se lembrem da história e talvez possam enxergar o mundo de uma forma um pouco diferente do que viam antes.