Camisa de Vênus

Camisa de Vênus é uma banda brasileira de rock que foi formada em Salvador em 1980 e encontra-se em atividade até hoje. Fez grande sucesso no cenário brasileiro dos anos 80, sendo uma banda tida como mais “suja” do que as outras pelo seu nome (na época era muito utilizado como sinônimo de preservativo) e pelos palavrões nas letras. Suas principais músicas são “Bete Morreu” e um cover de “Negue“, do primeiro disco; “Eu Não Matei Joana D’Arc“, “Hoje” e um cover de “Gotham City“, do segundo álbum; “Silvia” e um cover de “My Way“, do primeiro álbum ao vivo; “Simca Chambord“, “Deus me Dê Grana” e “Só o Fim“, do terceiro disco.

PAÍS DO BAURETS: TEM QUE OUVIR: Camisa de Vênus - Camisa de Vênus (1983)

 

A banda foi formada em 1980 quando Marcelo Drummond Nova, que trabalhava na rádio Aratu em Salvador, conheceu Robério Santana, que trabalhava na TV Aratu. Conversando sobre música os dois descobriram que tinham gostos em comum e decidiram montar uma banda. Marcelo Nova seria o vocalista e Robério Santana o baixista. Robério resolveu chamar seu amigo Karl Franz Hummel para assumir a guitarra base e este, por sua vez, chamou seu amigo Gustavo Adolpho Souza Mullem para tocar bateria. Se juntou ao grupo o guitarrista solo Eugênio Soares.

Fotos: Veja imagens da trajetória do Camisa de Vênus - 07/04/2015 - UOL Entretenimento

Nos ensaios, as pessoas que compareciam diziam que o som da banda era muito incômodo. Por isso, Marcelo Nova sugeriu o nome de Camisa de Vênus, por achar preservativo uma coisa muito incômoda. Após duas apresentações em Salvador, Eugênio Soares sai do grupo e Gustavo Mullem, que queria tocar guitarra solo, chama Aldo Pereira Machado para assumir a bateria. Esta seria a formação que tocaria junta até o primeiro fim da banda, em novembro de 1987.

Com a realização de alguns shows na capital baiana, uma pequena gravadora local, chamada NN Discos, se interessa pela banda e chama-os para gravarem um compacto, com a possibilidade de gravarem um álbum. A banda grava duas músicas em Salvador: “Controle Total” e “Meu Primo Zé”. O lado A continha uma música “chupada” de “Complete Control” do The Clash, mas com uma letra que falava da vida na Bahia. Já o lado B era composto de uma versão da música “My Perfect Cousin” do The Undertones. O compacto foi lançado em julho de 1982.

Após o compacto, a gravadora decide dar a oportunidade deles gravarem um álbum. Entretanto, com o sucesso de outras bandas do incipiente rock nacional dos anos 80 – o primeiro compacto da Blitz é de 1982, assim como o dos Paralamas do Sucesso e o do Kid Abelha -, a Som Livre se interessa em lançar nacionalmente o álbum.

Viva (Camisa de Vênus) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Então, Marcelo Nova é chamado para uma reunião com os executivos da gravadora Som Livre, Heleno de Oliveira e João Araújo, pai de Cazuza. Neste encontro, eles expõem um “problema” para Marcelo Nova: o nome da banda atrapalharia a divulgação do primeiro trabalho (nos jornais o Camisa de Vênus era tratado como “Camisa de…”). Eles sugeriram que o nome fosse trocado por outro “melhor”. Marcelo Nova diz que aceitaria a troca de nome e propõe que o novo nome seja “Capa de Pica”.

Esta reunião selaria o destino do Camisa de Vênus na gravadora Som Livre e o seu primeiro álbum homônimo, lançado em 1983, teria a distribuição prejudicada. O álbum continha a música Bete Morreu, que faria sucesso nacionalmente, mas que, pouco tempo depois, teria a sua execução radiofônica proibida em todo o território nacional pela censura.

Após o lançamento, a banda fica quase um ano sem gravadora, mas acaba assinando com a RGE. Assim, em 1984, sai o segundo álbum da banda, chamado Batalhões de Estranhos. O disco traz uma banda mais madura e com melhores recursos de estúdio à sua disposição, o que proporciona a realização de um som mais polido e menos agressivo. O segundo álbum da banda traz mais um sucesso radiofônico, Eu Não Matei Joana D’Arc e eles saem novamente em turnê.

Batalhões de Estranhos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Após mais uma turnê, a banda se reúne em estúdio para gravar um novo álbum. Chamam Raul Seixas para uma participação, o que resulta na composição e gravação de Muita Estrela, Pouca Constelação. Marcelo Nova e o Camisa de Vênus conheciam Raul desde uma apresentação no Circo Voador, no Rio de Janeiro em 1984, quando foram informados que Raulzito viria vê-los e acabaram tocando uma seleção de covers de clássicos do Rock.

Assim, em outubro de 1987, lançam o primeiro álbum duplo do rock nacional, Duplo Sentido. A recepção ao álbum é inferior ao último, talvez em reflexo do grande número de músicas. Apesar disto, as vendas somam cerca de 40 mil, mesmo sem uma grande turnê de divulgação.

Desde o disco anterior da banda, Marcelo Nova vinha pensando em sair para seguir novos rumos. Também as relações entre os membros estavam desgastadas pelos vários anos de convivência. Então, logo após o lançamento deste álbum, ele anuncia à banda que estava deixando o grupo para seguir carreira solo, mas que eles poderiam continuar se quisessem. Entretanto, os demais membros decidem encerrar a carreira do grupo.

Camisa de Vênus – Eu não Matei Joana D’arc 

Camisa de Vênus | Bota Pra Fudê

Camisa de Vênus | Simca Chambord / O Ponteiro Tá Subindo

 

 

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