Sílvio Caldas
Por Tamára Baranov
Sílvio Antônio Narciso de Figueiredo Caldas, Nasceu, Rio de Janeiro em 23 de maio de 1908 – Faleceu em Atibaia, 03 de fevereiro de 1998)
Na década de 1930, na chamada ‘era de ouro’ da MPB, a voz era o mais importante, e entre os verdadeiros ícones dessa época estava o carioca de São Cristóvão, Sílvio Caldas, os outros eram Orlando Silva, Francisco Alves e Carlos Galhardo. O seu primeiro sucesso foi o samba ‘Faceira’ de Ary Barroso em 1931. Mas Sílvio não entrou para a história da MPB apenas como cantor, foi também compositor musicando as letras de vários parceiros, entre eles o mais ilustre, o poeta Orestes Barbosa, com quem assinou várias obras-primas, entre elas ‘Chão de Estrelas’ e ‘Deusa de minha rua’. A partir daí, Sílvio Caldas, dono de um timbre inconfundível, foi promovido a grande seresteiro e ficou conhecido por todo o Brasil, entre tantos apelidos carinhosos, como ‘caboclinho querido’, ‘a voz morena da cidade’. Silvio Caldas era amigo do pai de Maysa. Foi ele quem a ensinou a tocar violão e mais tarde expôs toda a dor e angústia de ‘Ouça’ de autoria de Maysa.
Profissões
A primeira apresentação de Silvio Caldas foi aos cinco anos. Aos seis, começou a cantar na “Casa dos Bigodinhos”, um clube que sediava saraus na época. Aos nove anos começou a trabalhar como aprendiz de mecânico e tornou-se conhecedor da profissão.
Sílvio Caldas (A Deusa da Minha Rua)
Mais um
Certa vez, quando cantou “Faceira”, de Ary Barroso, em uma apresentação no teatro Recreio, no centro do Rio, agradou tanto a plateia que foi aplaudido de pé. Teve que cantar o samba oito vezes.
Dívidas
Quando morreu, aos 89 anos, deixou uma dívida de R$295 mil junto à Caixa Econômica Federal por conta da hipoteca do sítio em que morava, que o compositor não tinha como pagar. Sua mulher explicou à Folha que a dívida inicial, em 1983, era de R$ 44 mil. “O resto são juros acumulados nesses anos todos, mudança de moeda”, disse.
Chão De Estrelas – Sílvio Caldas
Sonoridade
O título original de “Chão de estrelas” era “Sonoridade que acabou”. A mudança foi uma sugestão do poeta paulista Guilherme de Almeida. A princípio, Orestes Barbosa, que compôs a canção com Caldas, não queria que a música fosse gravada. A música se tornou sucesso nacional quando foi gravada pela segunda vez, na década de 1950.
Violeiro
Silvio Caldas era amigo de Alcebíades Monjardim, o pai da cantora Maysa. Foi ele quem a ensinou a tocar violão. Ambos brigaram porque Silvio achava loucura Alcebíades permitir que a filha ingressasse na carreira artística.
Silvio Caldas – Programa Ensaio 1992