Mussum

Por Dilva Frazão

Esse ano ele estaria fazendo 80 anos

Mussum, apelido de Antônio Carlos Bernardes Gomes, nasceu no morro de Cachoeirinha, em Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro, no dia 7 de abril de 1941. Filho de Malvina Bernardes Gomes, empregada doméstica, analfabeta, que aprendeu a ler com o filho. Concluiu o curso primário em 1954. Em seguida, ingressou na Fundação Abrigo Cristo Redentor, onde frequentou o Instituto profissional Getúlio Vargas, formando-se em ajudante de mecânico em 1957.

Logo começou a trabalhar como ajudante de mecânico em uma oficina no Rocha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ingressou na Força Aérea Brasileira onde permaneceu durante oito anos, chegando a cabo. Nessa época, tocava reco-reco no grupo musical Os Modernos do Samba. Em 1965 iniciou a carreira de humorista no programa Bairro Feliz, da TV Globo. Conta-se que nessa época, teria recebido do ator Grande Otelo o apelido de Mussum, uma referência a um peixe escorregadio e liso, pois Antônio Carlos sabia sair facilmente de situações embaraçosas.

Os Originais do Samba

Nos anos 70, Mussum ingressou no grupo “Os Originais do Samba” que fez sucesso com diversas músicas, entre elas, “O Assassinato do Camarão” (1970), “A Dona do Primeiro Andar” (1970), “O Lado Direito da Rua Direita” (1972), “Esperança Perdida” (1972), “Saudosa Maloca” (1973) e “Falador Passa Mal” (1973).

Os Trapalhões

Em 1973, Mussum começou a integrar o grupo humorista “Os Trapalhões”, na época, formado por Renato Aragão, o Didi Santana e por Manfried Santana, o Dedé Santana. No ano seguinte estava formado o quarteto com o ingresso de Mauro Gonçalves, o Zacarias. Mussum permaneceu no grupo por aproximadamente 20 anos. O programa se tornou um dos humorísticos de maior audiência da televisão brasileira. Mussum gravou mais de 30 filmes com o grupo.

Frases

Mussum se popularizou por criar palavras terminadas em is – imortalizando termos como “cacildes” e “forevis”. Para satirizar sua condição de negro, dizia “nego é o teu passadis” e “Eu quero morrer pretis se eu estiver mentindo”. Fazia piadas sobre bebidas alcoólicas com frases como “suco de cevadis deixa as pessoas mais interessantis”.

Morte

Mussum faleceu em São Paulo, São Paulo, no dia 29 de julho de 1994, vítima de complicações ocorridas após o transplante do coração.

CURIOSIDADES SOBRE MUSSUM

– Quem aconselhou que Mussum falasse com ‘is’ no fim das palavras foi o comediante Chico Anysio. Assim nasceram: “como de fatis”, “tranquilis” e “não tem problemis”. Ela ainda não era humorista assumido e fazia participações na Escolinha do Professor Raimundo.

– Mussum era chamado de Caco pelos familiares por causa do boneco dos Muppets.

– Quem convenceu Mussum para entrar para Os Trapalhões foi Dedé Santana, que era fã de Originais do Samba

– Mussum era um homem com muitas habilidades: fabricava seu próprio reco-reco, serviu a aeronáutica, aprendeu a tocar bateria na aeronáutica, sabia enviar mensagens em código Morse, fez curso de ajustador mecânico, tinha licença de Cabo Arraiz para dirigir lanchas, foi diretor da Ala das Baianas da Mangueira e investiu no ramo de empreiteiras, com a Construtora Ébano.

– O apelido Mussum nasceu durante uma apresentação de Antônio Carlos Bernardes com seu grupo Originais do Samba durante um programa de tevê. Quem deu o apelido foi ninguém menos do que Grande Otelo – ator, cantor e comediante.


– O humorista tinha um envolvimento muito grande com a música. No samba, regravou faixas de Adoniram Barbosa (Saudosa Maloca, Samba do Arnesto e As Mariposas) e gravou uma das primeiras composições de sucesso de Zeca Pagodinho(Chiclete de Hortelã). Na bossa nova, gravou uma música de Vinicius de Moraes e ganhou um festival ao lado de Elis Regina.

– Ele era flamenguista e tinha uma bandeira do Flamengo autografada por Zico em casa. Mas quando morou em São Paulo, entre 1967 e 1976, adotou o Corinthians como segundo time.

– Mussum colaborou com diversos projetos sociais nas décadas de 80 e 90. Entre eles, a doação de um consultório odontológico para a Comunidade do Morro da Mangueira.

– No bairro do Morumbi, em São Paulo, há uma rua com o nome de Rua Comediante Mussum. Ela fica bem perto da Rua Comediante Zacarias.

– Mussum contracenou com Hebe Camargo e Ronald Golias em uma encenação de Romeu e Julieta na TV Record nos anos 60.

– Quem pensa que Mussum era fã de cachaça, de “mé”, está enganado. “Suco de cevadis é leite divinis” para o personagem e para Antônio Carlos também. Ele gostava mesmo é de cerveja. Não à toa, um de seus filhos, Sandro Gomes, 37 anos, lançou a cerveja Biritis ano passado e uma cervejaria em homenagem ao pai. “Meu pai era amante da cerveja. O personagem dele era muito ligado ao “mé”, que ele também tomava, mas ele gostava mesmo era de cerveja. Ele era um grande apreciador”, contou ao Portal R7.

No cinema, ao interpretar o papel de Jesus Cristo no filme “Os Trapalhões no Auto da Compadecida”, de 1987, grande sucesso do grupo humorístico na época, foi elogiado pelo autor Ariano Suassuna, morto no último dia 23 de julho: “Mussum interpreta Cristo muito bem e às vezes parece excessivamente severo”.

– Diferente da ‘simplicidade’ que exibia na TV, Antônio Carlos não era arrogante, mas tinha um gosto refinado: gostava de ouvir jazz, fumava charutos importados e bebia whisky. O Mussum da vida real era um homem malandro, bom de copo, mas que também defendida a família e seus valores. Infelizmente, em 1994 vieram os problemas de saúde. Ele chegou a passar por um transplante de coração, mas não resistiu e morreu em 1994.

– A formação mais famosa, com Dedé, Didi, Mussum, e Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves), começou em 1975, na TV Tupi. Foi para a TV Globo em 13/03/1977, e ficou até 27/08/1995. O programa era exibido aos domingos, às 19h.

Mussum – Wikipédia, a enciclopédia livre

Originais do Samba -Tenha Fé – Mussum

 

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