Há 92 anos, O Cruzeiro mudou para sempre a imprensa brasileira; relembre revista icônica · Rolling Stone

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O Cruzeiro revista que trouxe a modernidade editorial ao Brasil

“O Cruzeiro” foi a revista que trouxe para o Brasil a modernidade editorial. Até seu lançamento, a imprensa brasileira estava no “período colonial”, como diria Assis Chateubriant.

O Cruzeiro - Wikipedia

Os primeiros anos da década de 20,

Que haviam trazido grandes mudanças em todo mundo, inclusive no Brasil, chegaram a 1928 trazendo o cachorro quente, importado dos EUA; a instalação da primeira fábrica da Fiat; a inauguração de duas grandes rodovias, a Rio-São Paulo (atual Presidente Dutra) e a Rio-Petrópolis – lembrem-se que, àquela época, o Distrito Federal estava sediado no Rio de Janeiro; e o lançamento da revista O Cruzeiro.

Lançamento da Revista

Foi um lançamento estrondoso. Sob a batuta do mítico Assis Chateubriant, O Cruzeiro tinha sede própria, um prédio construído especialmente para abrigar sua redação e administração. Trouxe para a realidade brasileira o profissionalismo editorial: capas trabalhadas, definição gráfica esmerada, ilustrações, além de dar os primeiros passos para a introdução do fotojornalismo, inexistente no país até aquela data.

Editorial de Assis Chateubriant

A força com que nascia a revista, pode ser sentida nas palavras de Chateubriant – primeiro editorial da revista:

“Depomos nas mãos do leitor a mais moderna revista brasileira. Nossas irmãs mais velhas nasceram por entre as demolições do Rio colonial, através de cujos escombros a civilização traçou a reta da Avenida Rio Branco: uma reta entre o passado e o futuro.

O Cruzeiro encontra já, ao nascer, o arranha-céu, a radiotelefonia e o correio aéreo: o esboço de um mundo novo no Novo Mundo. Seu nome é o da constelação que, há milhões incontáveis de anos, cintila, aparentemente imóvel, no céu austral, e o da nova moeda em que ressuscitará a circulação do ouro. Nome de luz e de opulência, idealista e realístico, sinônimo de Brasil na linguagem da poesia e dos símbolos.”

Modernização Editorial

O surgimento de “O Cruzeiro” obrigou as demais publicações nacionais a se modernizarem. Revistas como a “Fon-Fon”, “Careta”, “Revista da Semana” – cá entre nós, nomezinhos desgraçados dessas revistas!!! –, tiveram que se adequar e levar aos leitores brasileiros, mais do que vinham apresentando até então.

Curiosidade:

  • A primeira personalidade de capa da revista foi o rei Alberto da Bélgica, na edição nº 2;

  • a edição nº 5 foi a primeira capa a utilizar uma foto e mostrava Santos Dumont;

  • ininterruptamente, a revista circulou por 32 anos, de 1943 a 1975;

  • fizeram história em “O Cruzeiro”: Millôr Fernandes, Péricles de Andrade Maranhão (criador de O amigo da onça) e Rachel de Queiroz;

  • geralmente as capas traziam modelos, atrizes e mulheres bonitas. Eram raras as capas políticas.

  • recordes: mais de 750 mil exemplares (até hoje, proporcionalmente, a maior); 47 anos de existência (a revista Veja, completa em 2008 40 anos).

  • a última edição de O Cruzeiro, veiculada em julho/1975, tem Pelé na capa, então jogador do Cosmos, vestido de “Tio Sam”.

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Informações: Fundação Casa de Rui BarbosaMemória Viva
Ilustrações: Agência SindicalAlmanaque da ComunicaçãoDescompensandoJuiz de Fora onlineMemória VivaO GlobloSesinho

Revista O Cruzeiro n°01 – 1928

 

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